Possibilidades de intervenções que o professor deve fazer para uma criança que está no processo inicial de construção do conceito de número
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (Brasil, 1997:52), um dos objetivos do ensino de Matemática no Ensino Fundamental é "levar o aluno a sentir-se seguro, desenvolvendo sua autoestima e a perseverança na solução de problemas". Essa ideia pode ser estendida para o Ensino Médio, uma vez que, provavelmente, essa perseverança será tanto maior quanto mais robustas forem suas crenças de autoeficácia. Nesse sentido, o professor pode ser o principal colaborador no desenvolvimento e manutenção dessas crenças.
A aprendizagem de Matemática começa nas experiências vividas pela criança no seu dia a dia, na formação do currículo proposto pela escola, mas está centrada basicamente no desenvolvimento cognitivo da criança aliada às situações de aprendizagem.
Segundo Piaget “o número é a relação criada mentalmente por cada indivíduo” (KAMII, 1990, p.15). Mas para que esta estrutura seja estabelecida, é preciso que anteriormente a criança construa relações e conhecimento sobre elementos físicos (objetos), essas relações são denominadas simples, pois servirão para a construção de outras estruturas mentais mais complexas.
Na realidade não é fácil aprender matemática, é necessário inovar o ensino mostrando a real importância dessa área, desenvolvendo o raciocínio, partindo do que a criança tem no seu dia a dia, identificando os conhecimentos que já possui.
Portanto, a mediação e dedicação do professor são fundamentais para que não ocorra apenas uma aprendizagem mecânica e sim uma reflexão sobre o que se está aprendendo e seu uso nas mais variadas situações cotidianas, desde o dividir balas entre amigos, estabelecer comparações entre tamanhos, preços, quantidade. O professor deve intervir sempre, conduzindo o aluno ao raciocínio de maneira segura e dinâmica, motivando-o, construindo com ele a evolução de seu aprendizado em todos os momentos de dificuldades, usando estímulos da capacidade de investigação lógica do aluno, fazendo-o raciocinar.
Muitas vezes diante das dificuldades na construção do conhecimento lógico-matemático o professor considera que a criança não aprende, pois ela não sabe dividir ou multiplicar, não compreendendo o que o problema está pedindo. A dificuldade de entender os conteúdos é determinada em função da estrutura e da disciplina que é lógica, formal e dedutiva, incompatível com o pensamento da maioria das crianças neste nível. Um fator essencialmente importante que pode ajudar a amenizar as dificuldades é o uso do material concreto, partindo do princípio que a criança ainda não chegou ao estágio da abstração, ela precisa ver, tocar, observar, modificar posições, criar situações com os objetos, para assim ir construindo o conceito de número, agrupando, contando, selecionando, comparando. O professor pode acrescentar o uso de diferentes materiais, como jogos e garantir que a criança compreenda o que se está pedindo que ela faça, permitindo que desenvolva suas próprias estratégias.
É preciso tomar cuidado para que o ensino da matemática não seja baseado em conteúdos decorados, a criança precisa primeiro ser estimulada a fazer sua própria compreensão, a estabelecer a melhor maneira de desenvolver seu raciocínio e á partir de então começará a memorizar.
O Material Dourado construído a partir de estudos de Maria Montessori é bem empregado neste caso, demonstrando o sistema de numeração decimal, ou outro que se considere adequado, como tampinhas, feijões, etc.
Uma forma de mudar este conceito sobre a dificuldade Matemática é respeitar o estágio cognitivo no qual a criança se encontra, assim haverá facilidade de compreensão e interesse por parte do aluno, fortalecendo o vínculo entre escola e realidade.
É muito importante que o professor conheça os limites de seus alunos e o que eles podem alcançar com sua ajuda ou não. Se o estágio cognitivo em que a criança se encontra não for respeitado ela não terá condições de responder aos objetivos que o professor deseja atingir.
Bibliografia http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_013/artigos/artigos_vivencias_13/n13_08.pdf http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/Monografia_Santos.pdf http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180658212009000300014&script=sci_arttext
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